Dedé brinca com elogios a trabalho dramático: "não sei se faço bem ou se é só respeito"

  • Por Jovem Pan
  • 15/06/2018 11h43
Jovem Pan Humorista relembrou clássicos da carreira na bancada do programa

Eterno trapalhão, Dedé Santana dispensa apresentações. Quer dizer, mais ou menos. Embora o comediante seja há anos idolatrado no país inteiro, sua veia dramática nunca foi muito conhecida pelo grande público. A novidade está sendo explorada apenas agora, aos 83 anos, com o espetáculo Palhaços, em cartaz no Teatro Augusta, em São Paulo. Em entrevista ao Morning Show nesta sexta-feira (15), o ator falou mais sobre a descoberta de sua nova vertente – e obviamente fez piadas com isso.

“Na época dos Trapalhões fizemos um Auto da Compadecida, o Didi (Renato Aragão) morreu nos meus braços e me emocionei de verdade. Chorei, nem repetimos a cena. Então eu tinha feito uma coisa ou outra com drama. Quando me convidaram para essa peça, falei ‘maravilha’. Chama Palhaços, está tudo na mão! Topei. Depois me mandaram o texto e falei ‘meu deus o que é isso’ (risos). Achei que ia fazer só palhaçada, fiquei com medo. Chamei o Alexandre (Borges) e falei ‘a gente é amigo, preciso que você seja sincero, não tenho público de teatro, será que posso fazer?’ Ele disse ‘pode e vai fazer direito’. Aí tomei coragem. E crítica está falando muito bem. Não sei se é porque faço bem ou se é por respeito”, brincou, bem-humorado como sempre.

A peça narra a história do palhaço Careta, que, segundo a sinopse, tem sua rotina alterada ao se deparar em seu camarim com o espectador Benvindo, um vendedor de sapatos. Os dois conversam sobre suas vidas, desestabilizando crenças e valores e se questionam sobre suas escolhas – levando a discussões profundas sobre a real figura do palhaço. O texto é de Timochenko Wehbi (1970) e a direção, como ele mencionou, de Alexandre Borges.

Durante a conversa, Dedé comentou ainda o avanço do “politicamente correto” no humor brasileiro. Ele disse que, diferente do que acontece com os artistas atuais, ele não costuma ser criticado pelas antigas piadas polêmicas dos Trapalhões, como aquela famosa cena do “macaco” envolvendo o amigo Mussum, e se emocionou ao afirmar que tem orgulho de seu histórico na arte.

Os Trapalhões não faziam nada com maldade. Me orgulho de levar o humor circense à televisão. O humor de palhaço. Sou a oitava geração da minha família. Palhaço não tem maldade. Hoje vou em circos e vejo palhaços sendo chamados em delegacias porque mexeram com alguém na plateia. Eles estão meio amarrados”, criticou. “Eu sempre agradeço a Deus por ter pertenciado ao grupo e por ter convivido com todas aquelas pessoas maravilhosas. O Zacarias tinha um coração enorme que não cabia dentro dele. O Mussum era um exemplo de humildade (…). E o Didi é meu compadre desde sempre”, completou. 

Suas opiniões sobre o remake do humorístico feito pela TV Globo, sua relação com Renato Aragão e algumas histórias de bastidores das gravações também foram abordados na entrevista. Todos os vídeos podem ser vistos no canal do YouTube do Morning Show.

Ingressos e mais informações sobre seu espetáculo podem ser vistos neste link.

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